“Cris, minha mulher está sempre cansada.”
Renato conta que sua esposa nunca está disposta. Relata que, por isso, perde momentos com os filhos e, também, em casal.
Adriana está sempre ativa, como se tivesse que ter utilidade o tempo todo. Não se permite usufruir dos momentos em família e das conquistas que juntos fizeram.
O marido diz que há muitos anos vivem essa realidade infeliz. Entretanto, há dois anos, no auge da crise no casamento, Adriana decidiu mudar. Houve uma transformação temporária que, segundo o marido, deu-se devido a traição… Renato traiu a esposa com a secretaria, quinze anos mais nova.
O jovem teme o futuro e admite estar angustiado, pois consegue prever aonde tudo isso pode chegar. Como se estivesse cada vez mais próximo de uma nova traição.
É possível notar a diferença no ritmo de Adriana e Renato…
Os dois têm a mesma idade. Ele espera por entusiasmo e energia da esposa. Ela prefere ficar em casa com a família e, inclusive, fala que adora todos os filhos debaixo de suas asas, confessando também uma dificuldade para sair sem eles.
O marido quer vê-la pensando um pouco mais em si.
“Quero aquela jovem que conheci, cheia de viço e energia.”
É claro que o tempo passa e todos assumem responsabilidades.
A diferença está entre assumir tudo ou escolher o que, de fato, se deve assumir.
Adriana não escolhe há muito tempo. Arca com tudo e, quanto mais assume, mais tem a impressão de que sua família faz muito pouco para ajudá-la.
O marido diz que tenta fazer por onde, mas que o copo nunca enche e que a esposa nunca se satisfaz.
Superar as expectativas de Adriana é praticamente impossível, segundo o marido. Isso porque o nível de exigência quanto a organização e limpeza do lar está para capas de revistas de decoração.
E nesse sentido se recusa a ajudar…
Não concorda em terem que abdicar momentos de lazer, na piscina, descansando, ou com os filhos, para lustrar a casa.
O meu recado para Renato foi o seguinte:
“Marido, converse com os filhos. Admita que, tanto a mãe, quanto o pai, já não tem a mesma disposição para continuar a dar conta de tudo. Peçam pela ajuda deles para que cada qual assuma as suas demandas.
Exemplo: desde a louça que usarem na cozinha (lavar e guardar), até a manutenção da ordem da casa. Essa será a nova condução para que ambos continuem a receber a ajuda dos pais. O contrário disso poderá ser mal interpretado, como um relacionamento familiar abusivo.
Experimentem essa nova realidade. Porém mantenham-se firmes.”
Renato escolheu pela família, renunciou dos prazeres do mundo. Entretanto, tudo tem um preço. Agora, espera pela disponibilidade da esposa.
Para tanto, sua esposa precisa de ajuda para ser liberada da pressão familiar em que se encontra.