“Cris, eu prefiro saber a verdade, mas ele nega até o fim.”
Susan já não é mais a mesma. Em meados de abril de 2022, recebeu uma mensagem em suas redes sociais. Uma jovem chamada Beatriz revelou que ela e seu marido mantiveram um romance on-line por seis meses e que, durante esse período, encontraram-se três vezes. Beatriz mostrava-se magoada com o amante.
Disse que os dois se conheceram em uma rede social de paquera e que Otávio omitiu que tinha Instagram e Facebook, alegando que sua profissão não lhe permitia exposição.
Otávio tem 32 anos, é juiz de direito e profissionalmente passa por um período de forte ascensão.
Susan e Otávio estão juntos há seis anos.
A jovem conta que nunca desconfiou do namorado (ou “namorido”, pois moram juntos há 2 anos). Sempre confiou cegamente, a ponto de colocar a mão no fogo pelo amado.
Hoje declara que tem medo do futuro ao lado dele.
⁃ Cris, ele pode ser um mentiroso doentio. É impressionante o poder que ele têm para convencer com as palavras… Tenho medo de apostar todas as minhas fichas e novamente me decepcionar.
Suzan é dentista, recém formada, e conta que tem tido dificuldade para focar no estágio por conta do pesadelo que vive hoje.
⁃ Cris, o momento pede a minha concentração. Fui convidada para estagiar na clínica mais reconhecida da nossa região. Não posso continuar transtornada desse jeito. Passei a vigiar a vida do Otávio 24h por dia. Até medicação ando tomando para dormir… Eu quero uma resposta. Preciso saber a verdade, independente de ter ou não chegado às vias de fato com essa moça. Tenho certeza que será mais fácil para virar a página. Acredito que de fato tenha acontecido. Ele não me deixa tocar no celular dele. Descobri um modo de levantar mensagens apagadas. Mas ele não concorda comigo. Você acredita que até nome de guerra ele criou para falar com ela? Todos os dias discutimos porque eu não consigo parar de perguntar sobre eles. Procurei a sua ajuda pois não sei mais o que fazer para convencê-lo a contar toda a verdade.
Otávio diz que ama Suzan e que nunca deu motivos para que ela desconfiasse dele. Reconhece que nos últimos meses deixaram de ter vida de casal para dedicar atenção exclusiva aos estudos e trabalho. Mas diz que isso não seria motivo para trair.
Conta que não aguenta mais chegar em casa e ouvir o mesmo discurso. Diz que, embora a ame, não será capaz de viver o inferno da desconfiança.
Suzan querida, é chegada a hora de decidir:
Ele não vai admitir a traição, se é que de fato tenha cometido. Ele jamais trocaria a presença da honra pela perda total dela. Assumir seria o mesmo que transferir a autoridade que tem a você. Isso mesmo… Sob o olhar dele, isso seria humilhante. Na dúvida sobre transferir ou não, prefere não arriscar. Não há como mudar a cultura de Otavio assim, de uma hora para outra. O tempo poderá cuidar disso, a médio ou longo prazo. Mas esteja consciente de que agora não seria possível.
Você tem duas opções:
Ou desiste e aceita que não terá condições para perdoar, ou se impõe.
Não fique no meio termo. Seria muito sofrido, tanto para você, como para ele.
Caso decida se impor, proponha o que acha justo. Mostre a ele do quê não abrirá mão. Esse momento pode ser oportuno para expor suas vontades e condições para continuar. Há sempre algo que ainda não ficou bem resolvido na história do casal e essa é a hora para modificar.
Prepare seu discurso e fale de forma firme e objetiva. Conscientize o amado sobre os riscos que estarão correndo caso isso ocorra novamente, tudo o que será, infelizmente, sacrificado. Proponha e comece a negociação.
Acredito que não será tão difícil, mas use seus dons! Como advogada dedicada que é, poderá sugerir um acordo justo para ambos. Por sua vez, Otavio terá a habilidade desenvolvida na ortodontia para acolher suas ideias e também sugerir soluções.
Escolham transcender, pois o contrário seria amargurar na dor… Tal como vemos nas histórias mal sucedidas de parentes e amigos.
Acreditem: o final da história de vocês pode ser, sim, bem sucedido e referência para as próximas gerações.