Seu parceiro, ou parceira, tem percebido que está mais bonito(a), tem se vestido melhor e se cuidado mais. Além de tudo isso você sente que ele tem se exposto em lugares, redes sociais, se tornando mais acessível. Isso tem alimentado o ego dele, mas tem te deixado cada vez mais insegura.
É difícil passar por um momento de fraqueza no casamento, onde nos sentimos inseguros e começamos a não acreditar que nosso parceiro sequer pode entender a gente.
Talvez você também já tenha passado por uma situação de infidelidade dentro da relação, onde você acredita que essa exposição em excesso pode ter ajudado a contribuir para este infeliz incidente. Isso torna difícil conviver tranquilamente com esse comportamento vaidoso. afinal, você sente que isso o torna mais vulnerável à tentação, não é mesmo?
Ou talvez não tenha havido traição, mas você sente como se algo tivesse prestes a acontecer a qualquer momento.
Como posso explicar pra ele(a) que a beleza dele(a) me deixa insegura?
Como é difícil e confuso.
Mas calma que tenho conselhos para você que vão te ajudar a lidar muito melhor com essa situação.
Na maioria dos casos que acompanhei, o casal compunha-se de uma parte mais vaidosa, extrovertida e com tendência a maior necessidade de exposição de si mesma, no dia-a-dia ou em redes sociais. Alguém que gosta de chamar atenção, de ser notado. E uma outra parte mais discreta, retraída, insegura.
Aqui a matemática básica já nos diz de cara: são duas personalidades que se diferem e que logo, gostam de dar, e receber atenção de maneiras diferentes.
Logo, durante a convivência, surgem-se todos tipos de adversidades. Desde crises de ciúmes descontroladas e principalmente dificuldade de criar um diálogo saudável afim de expor seus motivos e para tais comportamentos e emoções.
Sua vida então, vira um caos de sentimentos.
Fica difícil trabalhar tranquilamente, sem saber se aquela pessoa está num ambiente livre de ameaças. Inconsequentemente você acaba deixando de se cuidar, dedicando todo seu tempo e pensamentos a inseguranças. Isto vai afetar a dinâmica de todo relacionamento com o tempo, seu parceiro começará a se incomodar com a sua insegurança extrema, ficar sem paciência para suas ações impulsivas e não vai entender o seu lado.
“Cris, tenho muito ciúmes do meu marido. Ele é muito bonito e se arruma muito.
Como posso explicar isso pra ele?”
Nos dias atuais as pessoas tendem a se expor em excesso, na internet ou no dia-a-dia. Somos seres carente de atenção e reconhecimento e às vezes sentimos que a vaidade pode ser um caminho mais fácil de obter estas coisas. Assim de fato pode ficar mais fácil cair na tentação.
Você então acaba por ficar refém dessa situação, como se um passo em falso possa fazer o outro ficar mais tentado a trair.
Vale lembrar que o vaidoso não se incomoda com o assédio alheio, ele gosta da atenção. Ele se incomoda de fato com a insegurança do parceiro e como isso afeta a vaidade dele.
Primeiro de tudo é muito importante organizar as coisas dentro.
Isso vale desde uma cozinha bagunçada a um guarda roupa mal organizado.
O ponto aqui é, precisamos preparar o ambiente para uma ação de mudança.
Não é possível agir na desordem.
Para ter fôlego para organizar a dinâmica e ordem do casal é preciso ter fôlego para organizar todas as outras pequenas coisas que já estavam fora do lugar durante a rotina.
Rotina essa, que passa a ser abandonada, por conta dos movimentos do vaidoso e sua reflexão em vocês como casal.
É preciso fazer o exercício de conseguir ou pelo menos tentar enxergar sob o olhar do outro, para entender o que pode estar acontecendo e como você pode agir nessa situação.
Caso você se abdique do lado dele e se mantenha focada no seu ponto de vista apenas, vai acabar desconstruindo-o de maneira ruim na sua cabeça. Achar que essa pessoa é exibida, que não pensa em você, que gosta do assédio, que é mulherengo e vulgar. Vai se empenhar apenas em dar nomes ruins, quando na verdade há uma causa a ser identificada.
A melhor chance de compreender de fato pode vir do ponto de vista dela, talvez você identifique algum fator na infância que levou essa pessoa a achar que ela precisa usufruir do ganho da atenção e da vaidade.
Talvez exista um apelo dela ao passado, onde não sabemos se houve traumas como rejeição ou bullying.
Primeiro, entender melhor para depois planejar melhor como lidar.
Precisamos deixar a situação sob controle.
Caso você vá cobrar ela, e existir outro caos em volta, é pouco provável que ela deixe essa vaidade por qualquer outra coisa. Querendo ou não, aquilo promove prazer e uma sensação boa, enquanto a casa o resto estão desorganizados, em caos. Só provoca mau estar.
Só depois de tudo estabilizado você deve chamar seu parceiro para uma conversa franca. Quando o resto das coisas correm bem e tudo parece estar de acordo, fica mais fácil desassociar o ciúmes e a desconfiança, de um diálogo.
É a hora de propor um novo formato, com calma, sugerido por você, para ver se dá certo. Já que o formato anterior não funciona, as coisas precisam ser mudadas.
O convite para reformatar essa vida depende mais de você do que dele.
Inicie também uma reflexão sobre ganhos e perdas, caso ele aceite ou não o convite.
Agora, só você vai saber de fato se vale a pena dar mais uma chance de confiança.
Ou viver na formatação atual da dinâmica de relacionamento, feita por ele. Ou se é hora de valorizar mais a sua proposta e ponto de vista.
Ilustração: Marco Melgrati