Até quando lutar por um relacionamento?

Até que ponto vale a pena lutar para salvar o casamento?

Você provavelmente já ouviu outra pessoa te falando: “Já deu, você tem que dar um gelo nele”, “chega, esse homem não te merece”, ou “você precisa se colocar em primeiro lugar”.

Pois bem… Por aqui tentaremos desconstruir alguns desses conselhos que você certamente já recebeu.

 

Primeiramente, me responda: você REALMENTE quer salvar seu casamento? Se a resposta for sim, vamos lá… 

Será que é o momento de “dar um gelo”? A relação de vocês já não está das melhores e o diálogo está em falta. E você ainda acredita que evitando ainda mais o diálogo vai resolver alguma coisa? Para com isso! Tudo que você vai acabar arranjando vai ser uma dose extra de distanciamento entre vocês.

Pode ser realmente que você esteja num relacionamento abusivo, com uma pessoa tóxica, que mais suga, do que agrega. Pode ter certeza de que, em casos extremos como esse, serei a primeira pessoa a falar para você se valorizar e se afastar do que está te fazendo mal. Mas, como esse não é o caso (espero), vamos pensar em soluções mais “pacíficas”, digamos assim.

 

Você já parou pra pensar que parcela da culpa de vocês se encontrarem na situação atual pode ser sua também? Pois é! 

Vamos repaginar os últimos capítulos de seu relacionamento… Você tem certeza de que não contribuiu em nada para a distância que existe atualmente entre vocês? Você não acha que, com a rotina e o passar do tempo, parou de se cuidar e se importar como fazia antes? Você não acredita que pode ter deixado de ser uma namorada e amante calorosa como era no início de tudo? Então… Parando para refletir, talvez a sua resposta para uma (ou mais) dessas perguntas seja “sim”. E pode apostar que essas questões que levantei fazem total diferença na hora em que o seu parceiro resolve pular (ou não) a cerca, se isolar, mudar com você e etc etc etc.

 

Já que chegou até aqui, vou te explicar uma coisa… Muitos casais (e pode ser tanto o homem, quanto a mulher, quanto os dois), depois de casar, passam a viver em função, única e exclusivamente, do casamento. Mas o que seria isso? 

Bom… O fato é que muitas pessoas se esquecem de que possuem uma vida inteira fora do relacionamento. Se esquecem de que também eram felizes antes de conhecer seu amado. Se esquecem dos antigos hobbies, filmes, jogos, restaurantes, esportes e atividades favoritas. Passam a viver como se TUDO se baseasse nos novos desejos, vontades e ambições do casal como um conjunto. E é justamente aí que se encontra o erro fatal.

Não podemos, em hipótese alguma, nos esquecer de nossa própria identidade e de como viemos a nos tornar quem somos hoje. Você tem toda uma história antes de conhecer essa pessoa. E os seus pais? Irmãos? Amigos que estiveram lado a lado com você desde muito antes de seu companheiro aparecer na sua vida? Essas pessoas também merecem sua atenção, e não como segundo plano, mas também como PRIORIDADE.

E é aí que está a grande sacada: prioridades. Provavelmente, o assunto que mais confunde a cabeça dos envolvidos nos relacionamentos contemporâneos. Mas, para sua sorte, estou aqui para te explicar um pouquinho…

O segredo de um relacionamento saudável é justamente um equilíbrio de prioridades!

 

Mas como atingir esse equilíbrio?

Equilíbrio é saber dividir seu tempo livre para as pessoas que você valoriza, e não somente estar ao lado de seu marido ou esposa o tempo todo.

Equilíbrio é saber que, assim como é importante você se empenhar para ser uma boa esposa ou marido, é igualmente importante você se empenhar para ser um grande profissional.

É saber que você e seu companheiro precisam cuidar de suas saúdes física e mental, seja fazendo um esporte, uma aula de dança, tocando um instrumento, ouvindo música, fazendo uma terapia ou até assistindo um jogo de futebol de seu time favorito. 

E o mais importante de de tudo, é saber respeitar o espaço e individualidade de cada um, afinal, não é todo dia que estamos muito afim de socializar e, num relacionamento longo, de muitos anos, existirão dias bons e dias ruins, tanto para você, quanto para seu parceiro, e isso é OK. Ponto. 

 

Seja um ponto de paz. O que é isso? 

Sabe aquele dia em que seu esposo (ou esposa) chegou em casa puto da vida com tudo, cara de poucos amigos, não quer conversa e também não quer te explicar o que aconteceu? 

Pois bem… Deixa ele!!! Deixa ele ficar em paz… Pode ser que o dia dele no trabalho não tenha sido dos melhores. Pode ser que ele não tenha conseguido a promoção que tanto queria. Pode ser um monte de coisas… Não saia assumindo o pior logo de cara. Não é porque ele está estranho e não quer te falar o que aconteceu que ele está te traindo. Desconstrua esses pensamentos porque eles inevitavelmente vão acabar te levando ao fracasso.

Respeitando o espaço de seu companheiro, abre portas para ele enxergar essa situação com outros olhos, por exemplo: Ele percebe que, mesmo ele estando estressado, você respeitou o momento dele e não se estressou também, logo, você é uma pessoa equilibrada e, numa próxima vez, pode ser que dê abertura para ele se abrir mais, ao invés de simplesmente se reprimir e descontar a raiva dele com agressões verbais

Além disso, desperta um peso na consciência dele que pode vir a calhar para você depois…

Ele foi grosso, você foi plena, ele vai se sentir mal com isso, eventualmente te pedir desculpas e aí você estará com a razão. Viu só? É tudo uma questão de malícia, no final das contas, saber jogar…

 

Se quer mudança, ela tem que vir de você mesma!

Não podemos simplesmente sair impondo o que achamos certo ou errado, ou o que achamos que tal pessoa deve ou não fazer. 

Se você quer que seu companheiro aja de uma maneira diferente em relação a algo, porque você não sugere, ao invés de impor?

Exemplo:

Seu marido insiste em ficar em casa. Ele já não têm mais o mesmo ânimo de antes para passeios, festas, bares e etc. Você se incomoda, afinal, está aí, cheia de energia para sair e socializar!

Aos poucos, isso vai começando a te incomodar mais e mais… Os conflitos começam a aparecer. Você enche o saco do seu marido pra sair e a preguiça dele, por sua vez, te enche o saco. Resumidamente, vocês entram num ciclo infinito de discussões e a tendência é que a convivência se transforme cada vez mais em algo chato e, fatalmente, insuportável.

Mas tem um jeito infalível (e bem simples) de escapar dessas discussões desnecessárias, que na realidade não passam de um labirinto sem fim.

 

Sugira, ao invés de impor.

Voltemos ao início do problema.

A preguiça do seu marido está te incomodando. O que você faz?

Ao invés de se deixar levar pela energia preguiçosa e ranzinza dele e bater de frente (o que ocasionaria uma discussão), aceite, num primeiro momento, apesar de não concordar. Vá maturando a ideia aos poucos… Não podemos ter pressa.

Depois, com antecedência, e quando tiver uma oportunidade e sentir que o clima está favorável, diga ao seu marido como te deixaria feliz se ele te acompanhasse no aniversário da sua amiga, ou como depois vocês podem maratonar o seriado favorito dele juntos, se ele te acompanhar. 

Porque no final, tudo funciona na base de trocas, e num relacionamento não é diferente!

Se você quer que seu marido abra mão do conforto e prazer que ele sente em ficar no sofá, nada mais justo do que você também abrir mão de uns finais de semana agitados também (mesmo que isso envolva assistir a filmes de ação que você não gosta kkkk).

 

E finalmente… Se ocupe.

Pode ser que a sua necessidade de atenção esteja sobrecarregando seu parceiro.

Sim, isso mesmo que você acabou de ler. E isso acontece justamente porque, em algum momento do relacionamento, uma das partes envolvida (ou as duas) deixou de lado a ideia de que é necessário ter outras prioridades e ocupações, e passou a viver em função única e exclusivamente do matrimônio, priorizando apenas o seu respectivo marido/esposa/namorado/namorada/etc.

Portanto, já passou da hora de você encontrar novas paixões. Novas atividades e experiências que te tragam tanta satisfação quanto os momentos ao lado da pessoa que você ama.

Resgate aquele sonho de adolescente! Aprender a tocar guitarra, cantar, dançar, lutar, que seja… Você consegue!

E lembre-se, acima de tudo, que o intuito de um relacionamento saudável é agregar à sua felicidade, mas não ditá-la.

Você tem que se sentir bem com si mesma, caso contrário, não se sentirá bem com seu companheiro.

Um relacionamento é um complemento, um bônus de felicidade. E não é ele que deve determinar integralmente se você é feliz ou não.

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