Quero trocar meu marido por outro!

“Cris, eu não sei se deixo tudo para trás para viver esse novo amor, ou se tento mais uma vez com o meu marido. Estou tão confusa…”
Rosa e Manuel vivem juntos há 15 anos.
A esposa lamenta, declarando que seu casamento está morno. 
Diz que cresceu bastante profissionalmente e, hoje, é conhecida na região onde mora por sua competência e profissionalismo. 
O marido é servidor público e conta com a estabilidade da profissão, mas a esposa diz que ele se acomodou. Acrescenta dizendo que o marido sai às 7h para trabalhar, mas chega muito cedo, na hora do almoço. 
Depois que almoça, se joga no sofá e fica ligado somente no celular. 
Não faz nada. Acha que não precisa fazer nada, já que eles têm uma empregada doméstica.
Rosa não consegue mais admirá-lo e, ainda por cima, se sente insegura por não saber o que ele tanto vê no celular. 
Sua rotina é puxada, alternando entre a loja e as viagens a trabalho. Ela investe seu tempo e energia na profissão e nas especializações na área. 
O pouco tempo livre é dedicado exclusivamente à família e ao lar. 
Veja só o desabafo de Rosa:
“Cris, o ambiente lá em casa está uma bagunça, sabe? 
Sinto como se estivesse tudo fora do lugar e como se a árdua missão de colocar tudo em seus devidos lugares fosse apenas de minha responsabilidade. 
Eu não me sinto animada.
Preciso confessar: durante uma das viagens a trabalho, me envolvi com o Rômulo. Somos tão parecidos… Por acaso, nos conhecemos durante o vôo. 
Ele é político, viaja bastante e gostamos das mesmas coisas. Admiro homens como ele… Rômulo é muito inteligente, está sempre buscando aprender mais. 
Embora a gente se encontre raramente, tenho muito receio de que alguém descubra.
Eu não sei se deixo tudo para trás para viver esse amor, ou se tento mais uma vez com Manuel. Estou tão confusa…
Juro que não tenho mais quase nada de esperança nessa relação. Só não joguei tudo pro alto ainda por causa de nossa filha… Clarice tem 15 anos e está numa fase de tantos conflitos interiores…
Sabe, Cris, tenho medo de fazer uma escolha que seja boa pra mim, mas que comprometa o futuro dela. 
Devo admitir que tanto o pai, quanto eu, sempre nos esforçamos por ela. Manuel é acomodado, mas é responsável com as finanças. É carinhoso e divertido como pai, mas tenho notado um certo distanciamento, até da filha. 
A situação não é das melhores, mas Clarice ainda tem uma família. Um dia desses, ela me disse que tem preguiça de pensar no relacionamento dos pais, pois é esperta e percebe que estamos distantes como casal.  A verdade é que perdemos a credibilidade e o pai parece nem se importar com isso.
Eu insisto em pedir sua ajuda, reforço sobre a importância de dialogar com ela, mas quando digo qualquer coisa para conscientizá-lo, ele não tem paciência para  ouvir e faz cara feia. 
Depois de algumas horas, a cara feia passa e fica tudo bem. É nessa hora que meu coração aperta, pois ele novamente se aproxima de Clarice para fazer brincadeiras e cócegas. Ela diz que não gosta só para fazer charme. Mas, no fundo, ama e dá gargalhadas… Ver momentos assim é muito bom, mas gostaria que fossem mais frequentes. 
Sei que a crise no nosso casamento é responsável pela insegurança de nossa filha e estou disposta a fazer tudo pela felicidade dela. Até mesmo, sacrificar esse romance.”
Manuel não tem merecido nem um aperto de mão, já que é folgado e não faz nada para ajudar ou agradar. 
Assim como Rosa, muitas mulheres não só sacrificam a oportunidade de viver um novo amor, mas também oportunidades pessoais e profissionais, pela família. 
Não é fácil deixar o casamento, mesmo que o considere disfuncional, pois a cultura tradicional defende a preservação da família e idealiza a união de seus membros e desapegar da originalidade é extremamente difícil e doloroso. 
Entendi que o que Rosa mais desejava era saber se haveria solução para o que considerava irreparável. 
Apegada a essa impressão, qualquer descontentamento era motivo para depreciar a relação. Ao invés de pensar em soluções, imediatamente voltava o pensamento para Rômulo, seu elo com o plano B – o romance, a nova vida, ao lado de um grande amor –  e, assim, acreditava que finalmente teria alguém para pensar e cuidar dela. 
Rosa haveria de decidir: sacrificar Rômulo pelo casamento (a família) ou sacrificar a família por Rômulo. 
Haveria de tentar mais uma vez, consciente de que a sua parte seria feita e a parte que coubesse ao marido, seria de responsabilidade dele. 
  O combinado entre os dois foi o seguinte: 
⁃ Ao marido, caberá o desafio de fazer melhor uso do tempo. Afinal, uma das amostras de que faz mau uso do tempo é passar as tardes trocando mensagens com amigas;
⁃ Manoel, no período da tarde, vai trabalhar na área administrativa da loja de Rosa. Pois, além de estar sobrecarregada com as áreas comerciais e operacionais, ela pode contar com a experiência e competência dele para administrá-la. 
⁃ O patriarca tem mais tempo livre e vai se responsabilizar pela locomoção da filha para a escola e cursos complementares.
⁃ O casal vai tirar dois dias da semana para o lazer. Os momentos criativos podem ser tanto fora, quanto em casa. Haverá um revezamento e a cada semana a criatividade ficará por conta de cada um. 
⁃ A cada um cabe oferecer o que tem de melhor na relação. Os momentos a dois podem ser compostos pelo o que cada um pode oferecer, de maneira proporcional, para que haja equivalência: seus 50% de entrega. 
⁃ Cada um tem o seu ritmo e o primeiro passo para a evolução do respeito na relação será aprender a respeitar o que está sendo proposto.
– Da mesma forma, dedicarão tempo para a família: mamãe, papai e Clarice. Assim sendo, todos os dias – com exceção dos dias de programação em casal – jantarão juntos. Nos finais de semana e nas horas livres também.
⁃ Além disso, a partir dos novos acordos entre eles, Manuel passará a fazer  parte dos projetos da esposa. Cada um por si não funciona para esse modelo de família. O casal casou-se sob o regime de comunhão parcial de bens, no entanto, o comportamento de ambos não estava adequado a esta realidade. 
É o início de uma nova fase. No começo, é claro que haverá certo descompasso. Porém, aos poucos, tudo se ajustará e a casa, de acordo com o desejo de Rosa, passará a ficar “em ordem”. 
E a sua casa, precisa de ordem? Que tal pensar em propor novos ajustes? 
 
Ânimo e coragem!
Afinal, imagina que maravilha se der certo… 😉

 

https://youtu.be/Vx8SKafF1J4

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